Dayren Hye

Eu não sei dizer se é razão ou não, mas talvez seja. Não carrego no olhar a chama que deveria brilhar. O ambiente tem se moldado numa bolha e não faço ideia se sufoco nela ou se corro para fora. O silêncio é resposta, resposta que já perdeu as forças para dizer até um "ah". Há coisas que se tornam um mundo, um mundo que às vezes você não queria. É frustrante, quando a energia se consome, é frustrante todas as vezes que você cala por não conseguir mais encarar. 

Lágrimas nada mais são do que um desabafo do que está reprimido. Soltando toda frustração, não é sinal de fraqueza, não é te ver no seu pior estado. É apenas liberdade, depois elas secam e tudo o que você sente é que passou tão rápido, você reflete e percebe que não havia nada de importante ali, que chorar é chorar, é lavar a alma. No fim não muda o seu redor, muda quem você é. As pessoas agem de diversas maneiras durante a sua dor, mas se tem algo em comum é que todas tentam esconder como se fosse a coisa mais ridícula que você já vivenciou. Ou tudo simplesmente depende das influências. Estar triste é está triste e estar frustrado continua sendo frustração. Se sentir impotente é apenas um dos resultados. 

Ei, a história ainda não foi contada, do seu lado ou do meu só temos que acreditar no conjunto que criamos. E quem vai saber como tudo começou? Vamos juntos dedilhar essa corda que parece querer se romper. Eu sigo os seus passos, você me prende nessa linha e eu vejo um novo corte a cada caminho andado. Você me ama, sim, com um amor tão frágil. Eu não sou tão gentil, minha reserva de espera está se esgotando. Me joguei em seus braços, mas caí e não vi você ali. Sério, eu não sou gentil, mas você continua mexendo com minha cabeça, estou disposto a me ferir só para manter a sanidade, no entanto, você continua jogando o jogo da insensatez. Eu estou cansado de te dar avisos, nem sempre posso ser seu cavalheiro. E se eu ousar ignorar as consequências, me voltar para essa história mal contada? Eu não garanto que sua dor seria menor que a minha. Vamos continuar fingindo, fingindo que tudo está perfeito e ignorar um tigre faminto. 

Eu pensei, pensei que nosso amor duraria, que eu cantaria as mais belas poesias. Que nas trilhas difíceis eu te amaria, que a tempestade eu superaria. Fiz promessas que arrependo, escolhas que me matam. Eu só desejava um amor tão puro, você manchou minha visão. Eu pensei, pensei que tudo fosse um sonho, mas a realidade me fez transformar sonhos em pesadelos. Confiei em quem me fez estrago. Você era como uma flor imaculada e parecia como se eu tivesse corrompido sua essência. As lágrimas caem silenciosamente e com um suspiro sinto que partiria a qualquer momento. Você não lembra das nossas promessas, sinto que só eu me forcei não esquecer. Eu sinto frio porque a fonte de calor se foi, eu prometi te amar mas não posso cumprir, me vejo em desespero por ser torturado assim. Você foi a inspiração das minhas canções, me sinto preso a um amor que só eu me apeguei. Não consigo me conter, estou desabando e essa sensação não me traz nenhum alívio. Pensei, pensei que nossas mãos seriam o sinal de...

Eu não quero um sonho mera fantasia, eu não quero viver prisioneiro de um mundo irreal. Eu não posso andar em lugares onde não existem caminhos, continuar me afogando indo em contramão com a correnteza. Tudo que eu tentei escapar sempre esteve a um passo de mim, nessa onda de fugitivo onde foi que errei? Eu também não quero ficar, todos dizem que sim mas a pressão me consome, diga como roubar uma parte de mim toda vez que eu nego reconhecer o que meus olhos podem ver. Sou muito bom com as regras, um rebelde nato, como por na coleira o que não nasceu envolto em algemas? Ouça bem, já faz um tempo que deixei de ouvir, pensei seguir na direção certa, meu coração traiçoeiro gosta de me enganar. Se não o que sinto, então o que faço?

Hoje faz exatos dois meses desde a minha última publicação e por coincidente é uma data que eu gosto muito de um mês que amo, haha. Além do mais caiu exatamente em um sábado, assim como da primeira vez que vim ao mundo. Então, vamos com um textinho apesar de não escrever sobre. Eu não lembro dos dias exatos, mas eu fiquei com uma sobra psicológica em dos dias da semana que fiz mais um ano de vida, o que não vem ao caso agora. Mas, quanto mais o tempo se passa mais responsabilidades aumentam, talvez as expectativas sobre determinada idade. As coisas nem sempre são da forma como queremos, mas o controle de não lavá-las à uma situação crítica ainda é baseado em escolhas. Há coisas que são mais importantes que outras e existem escolhas que você gostaria de continuar aperfeiçoando, saber que independente do que seja você ainda faria o mesmo. Porém, na real também tem coisas que você gostaria de eliminar. Atualmente, vejo uma versão que melhorou ano, após ano, mas ainda assim continuo errand...

Todas as vezes eu me sinto impotente, a cada momento a corrupção quer tragar meu coração. Não sei se tudo é ilusão, mas estou a beira da derrota, contando as horas para desistir de tudo. Eu quero chorar mas não vejo razão, tudo que sinto me parece tão injusto, mas sei que na verdade tudo está dentro dos padrões. Tentando convencer de que essa dor é fruto da minha cabeça, mas a revolta me consome e eu quero dar espaço para o meu egoísmo. Guardo esse temperamento, todo dia é uma luta constante, sei que estou exagerando mas é difícil me impedir de continuar assim. Procurando por pontos positivos que nem minha mente acredita, olhando para tudo com essa sensação sombria, me escondendo dentro de mim mesmo, só é esse sentimento que é errado, uma natureza dominada, todas as reflexões me deixam dividida e a confusão paira no ar, mas ainda assim quanto mais guardo, mais essa força aumenta levando a melhor.

Um dia você descobre que ser diferente é opcional e que ser único virão padrão. Um dia você percebe que a igualdade é só fachada e tudo que é contra ela é apenas uma monstruosidade. Um dia você se dá conta de que joga um jogo chamado relacionamentos e para manter o social é necessário abrir um olho e fechar o outro. Um dia você começa a duvidar e no outro começa a entender. Um dia você percebe que os desejos não têm mais graças e que as críticas são só passado. Um dia você vê que o humor flutua aqui e se estabiliza ali. Um dia você reconhece seus erros e no outro vai escapando lentamente da planejada armadilha. Um dia você é grande e no outro se torna pequeno. Um dia você desvenda os mistérios e no outro se perde nos segredos. Um dia você agarra com todas as forças e no outro você suspira e vira às costas.

Você não sabe, mas tudo começou a partir daquele dia, você virou um total paradoxo e a zona toda delimitada. Você continua sem saber, sem saber que tudo se parece como uma fórmula química destinada ao fracasso. Você quebrou com estilhaços ao conserto. Mas tudo mudou e a concepção não é a mais a mesma. Você não sabe e vai continuar sem saber porque não foi você que entrou entre o dilema de girar no meio da água. Perdendo a razão, a base toda destruída diga logo em quem se apoiar! Você não faz ideia e não adianta debater não há culpados nessa história, apenas vítimas de si mesmas.

Ela quebrou o senso comum, você fez a reflexão, estilhaços se espalharam, suas palavras ficaram e ela perdeu a sua base. Desmoronou, renasceu de suas cinzas, sem bússola, sem direção, perdida no seu próprio mundo ela ainda sabe apreciar a paisagem de onde está. Certo ou errado? Ninguém está errado, todo mundo acredita nas suas próprias convicções. Eu tinha razão, você perdeu total e vice-versa é um cabo de guerra que não tem fim. Olhando para o mapa, um encontro casual, você diz toda a verdade e eu me sinto estragado, sofro com meus ideias que são julgados. Qual animal não defende seus filhotes? Eu danço a dança da guerra, luto, luto sem meus oponentes. Você diz que me entregaria, mas na real a minha ótica foi distorcida, não tenho palavras para dizer o que senti.

Sim, é muito fácil se contradizer, é muito fácil querer se enganar, sim, é muito fácil fugir quando não há dilemas. As pessoas não dão as boas vindas as dificuldades, mas se tornam aliadas ao dificultarem tudo. Há pontos que ganham em vantagens e aqueles que se sobrepõem em desvantagens, mas não há peso entre um e outro, porque a diferença ainda pertence ao olhar. Mas o resultado inquestionável é que todos querem ficar assim correndo atrás de um e fugindo de outro. É fácil levantar as mãos em outra direção, mas difícil ser a própria isca. É fácil ouvir e comentar, agora tente passar e sobreviver. 

Seguindo passos aleatórios se mantendo firme nessa jornada, curtindo todo o processo. Não sabe se tudo é uma tentativa em vão. Frustrado pelas pequenas interrupções, animado com todo o processo de avanço. Uma batalha não é considerada ganha, sem desafios não há respostas. Pulando, pulando, evitando, só sinto a emoção, coração acelerado, acho que temos uma nova chance. Procurando uma solução, os passos não se mantém estáveis, tudo não passa de brincadeira, estamos a apostar, no fim essa brincadeira ainda vai custar. Não vamos desanimar, ainda a muito para inventar. Refaço e faço, mas as imperfeições são belas cicatrizes a surgir. Quanto mais tento mais falho, descubro partes esquecidas reacendo um passado a muito abandonado, não mudo o anterior mas continuo errando na prévia do futuro mal calculado. 

Porque é exatamente assim, o vidro se estilhaça em milhões de direções, ele se torna pó, o vento o espalha para que ele saiba o quão quebrado está mas para que entenda também que não há mais volta, não há razões para perseguir algo que já correu a milhas de distância, que está todo fragmentado ao ponto de tentar consertá-lo parecer loucura. As vãs tentativas testa a nossa persistência, testa a nossa fidelidade para com aquilo e então continua fazendo bem seu papel, onde a única diferença é o quão profundo você cava. Se afundando e aprofundando no meio da tempestade, abrindo as mãos e dizendo já chega, se rendendo ao compadecimento de si próprio, ignorante quanto as suas emoções e extravasando essa petulância doentia.Tendo um breve vislumbre no espelho, caindo lentamente sem apoio algum, não há amortecedores, em um ritmo constante de cabo de guerra, sendo arrastado de volta a estaca inicial.